sábado, 13 de agosto de 2011

CALMA, OPINIÕES MUDAM.



 “E, havendo escapado, então souberam que a ilha se chamava Malta. E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da chuva que caía, e por causa do frio. E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão. E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver. Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não sofreu nenhum mal. E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; mas tendo esperado já muito, e vendo que nenhum incômodo lhe sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era simplesmente um deus.”
Atos 28: 1-6

Interessante como a opinião humana muda constantemente e com tanta facilidade, que não deveríamos ligar muito para isto. Vejamos aqui o exemplo de Paulo, que em pouco tempo teve mudado o conceito sobre si por três vezes. A princípio ele foi julgado como uma pessoa que é digna de pena, os bárbaros o trataram com “singular humanidade” (2.), ou seja, com muita pena. 
Após Paulo pegar alguns gravetos para esquentar mais a fogueira, um incidente acontece: uma cobra enrola em seu braço e, após isto, o julgamento a seu respeito muda novamente. De alguém digno de pena, Paulo agora é tido como um criminoso, digno de sofrer punição pelos seus atos (4.). Mas, como com o passar do tempo nada lhe acontece, pela picada da cobra, as opiniões mudam de novo e agora Paulo não era mais digno de pena, nem digno de sofrer pelos seus atos, pois a morte foge dele; é simplesmente considerado um deus.
Estes bárbaros podem ser comparados com o homem natural ou o homem do mundo. Vejamos:

1)      Julgam o que não vêem     Os bárbaros viram um homem molhado, com muito frio. Digno de pena, eles cuidaram de ajudar o pobre homem (Paulo). Coisas boas e ruins acontecem o tempo todo com todos, cristãos ou não. Porém, quando é noticiado algo sobre o cristão, parece que fazem questão de lembrar a todos que aquela pessoa faz parte de uma comunidade ou de uma igreja. As tragédias e dificuldades que acontecem na vida do cristão dão uma ideia que ele não tem proteção nenhuma de Deus, respaldando o mundo que o veja como uma pessoa fraca de mente, pessoas tolas, religiosas, sem importância. Mas o evangelho do Senhor foi levado até hoje por estas pessoas sem importância, que tem levado a mensagem da cruz às últimas consequências, que confundem muitos grandes homens, do cenário politico, cientifico e religioso da história. "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes."     I Cor. 1:27

2)      Julgam o que vêem              Os bárbaros mudaram de opinião pela segunda vez quando observavam uma cobra venenosa se enrolar no braço de Paulo. Como julgamento por algo horrível que ele poderia ter feito, estes homens esperaram algum tempo para ver o braço dele inchar e ele cair morto. Porém, nada aconteceu. Esta atitude de observar é típica do mundo, coisas acontecem na vida do cristão, como provações, dificuldades e todos esperam alguma coisa acontecer na nossa vida, de forma que inchemos e caiamos mortos na nossa fé; e a partir deste sofrimento voltemos à “razão” e para as tradições do mundo. Porém o cristão continua a sua caminhada sem olhar pra trás, graças as promessas que temos na palavra.     

               Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.                                             Rm. 5: 1-5

3)      Julgam o que não entendem    Após nada acontecer com Paulo, os bárbaros terminam por mudar de novo sua opinião sobre ele. Depois de sua vida correr risco duas vezes, sobrevivendo a um grande naufrágio e a uma serpente venenosa, parece que a própria morte foge dele. A ideia dos bárbaros era que Paulo era um Imortal, um semideus igual aos que se conhece das historias mitológicas gregas da época, como Hercules, Aquiles, Héracles,...
Sabemos que Paulo não era deus coisa nenhuma, era  simplesmente um homem , uma ferramenta do Senhor naquela ilha, para que  os propósitos de Deus acontecessem e a graça do Senhor inundasse aquela ilha. Vemos o que aconteceu: as portas foram abertas para que Paulo levasse as Boas Novas para um povo que Deus queria alcançar.
Na vida do cristão, nada acontece por acaso,

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” Rm. 8:28

O homem natural não entende, pois acha que Vida Cristã é Cristianismo e isto é uma falsa idéia, vida cristã não tem nada a ver com religião. Vida cristã é algo totalmente espiritual, comunhão progressiva com Deus.  No crescer da vida cristã, aprendemos a não julgar e a não nos abalarmos com julgamentos, pois sabemos em que tudo existe um motivo, um propósito do Senhor. Opiniões  humanas mudam constantemente, mas as promessas do Nosso Deus permanecem para sempre.  Fiquemos com elas, então.

Umberto Mendes

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